segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quem paga o preço?!

Popularização dos automóveis é com certeza uma das pegadinhas mais sem graça que a sociedade brasileira insiste em cair. Os automóveis não foram feitos para serem populares. Se cada cidadão tivesse um automóvel viveríamos em um constante congestionamento por conta do excesso de carros em circulação. Imagine se aquele Transcol com aproximadamente 60 pessoas fosse convertido 60 carros a mais nas ruas.
É ilusão e predatório pensar em carro para todos. É preciso desconstruir a cultura de valorização do carro como sinônimo de melhoria do status social. Diante de uma massificação do automóvel, onde estariam os espaços para estacionamento?
A redução de impostos incidentes sobre a produção automobilística e a  conseqüente diminuição dos preços dos automóveis não passou de um golpe contra a qualidade de vida das nossas cidades. Muitos brasileiros foram seduzidos a comprarem um automóvel para “elevar seu nível social”, mas o resultado disso já está aí: ruas congestionadas e impacto no preço dos combustíveis!
Tenho recebido diversos convites para participar de campanhas pela diminuição do preço dos combustíveis, mas realmente não me senti atentado a participar de nenhuma delas. Mesmo que aprendendo na “porrada”, imagino que muitas pessoas estão deixando o carro em casa motivadas pelo crescente aumento dos gastos com combustíveis.
Se por um lado reduzir o preço do combustível resolveria o problema dos cidadãos com menos dinheiro que também querem andar de carro, por outro, pioraria ainda mais o trânsito das cidades.
Incentivar o uso da bicicleta e também estruturar as cidades para o transporte não motorizado é uma situação muito mais emergencial e que gera impactos muito mais efetivos na qualidade da mobilidade urbana do que diminuir o preço dos combustíveis. Quem quer se dar ao “luxo” de andar de carro precisar ter a clara consciência de que, além de pagar caro pelo combustível, toda a cidade está “pagando” pela sua escolha individual.
É preciso por fim na tamanha desigualdade no transito, onde carros são priorizados enquanto os pedestres e ciclistas são vitimizados pela barbárie cada vez maior de motoristas estressados e apressados.
A campanha aqui é outra! Não se trata de diminuir o preço da gasolina, mas de deixar de usá-la. Por um mundo mais saudável, por uma cidade menos estressante, e por ruas mais democráticas! E agora também por economizar o seu dinheiro! VÁ DE BIKE!
IRIRIU!



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